Van Gisbergen domina e vence estreia da NASCAR no México

Nem o céu nublado nem a chuva leve no início da tarde foram capazes de esfriar o entusiasmo do público no Autódromo Hermanos Rodríguez, na Cidade do México, neste domingo. Pela primeira vez em 50 anos, a NASCAR realizou uma corrida valendo pontos fora dos Estados Unidos — e o público foi recompensado com um grande espetáculo.

Assim como fez em sua estreia na NASCAR em Chicago, há dois anos, o neozelandês Shane van Gisbergen, de 36 anos, voltou a brilhar em uma corrida inaugural. Pilotando o carro #88 da Trackhouse Racing, ele venceu o Viva Mexico 250 com uma vantagem de 16,567 segundos sobre Christopher Bell (Joe Gibbs Racing) — a maior margem de vitória na Cup Series desde 2009.

Tricampeão da Supercars australiana, van Gisbergen liderou 60 das 100 voltas, incluindo as 32 finais, após largar da pole. Foi sua primeira vitória em tempo integral na Cup Series e o coloca provisoriamente nos playoffs da temporada.

“Que semana! Me diverti muito aqui, mas hoje acordei me sentindo péssimo”, contou o piloto, que só havia terminado entre os 10 primeiros uma vez no ano. “Nosso carro estava incrível. Na última parte da corrida, foi um prazer dar volta após volta vendo os outros carros sumirem no retrovisor.”

Se a vitória de van Gisbergen encantou o público, foi o mexicano Daniel Suárez quem emocionou. Vencedor da corrida da Xfinity Series no sábado, ele foi recebido como herói. O público gritou seu nome e levantou cartazes de apoio enquanto um coral infantil cantava o hino nacional. Ele chegou a liderar brevemente, mas terminou em 19º.

“Dei meu melhor hoje, mas não foi suficiente”, lamentou Suárez. “Gostaria de ter brigado mais na frente, mas não era o dia. Estou feliz com meu desempenho. Não deixei nada na mesa.”

Sobre o evento no México, pelo qual batalhou nos bastidores, Suárez foi categórico:

“Não poderia ter sido melhor. Estou aqui desde terça-feira promovendo para patrocinadores e torcedores. Tudo superou minhas expectativas. Foi uma experiência que nunca vou esquecer.”

Após a corrida, os três primeiros — van Gisbergen, Bell e Chase Elliott (Hendrick Motorsports) — subiram ao pódio e ouviram o hino da Nova Zelândia ecoar pelo estádio. Van Gisbergen ainda comemorou chutando uma bola de rúgbi para o público, selando a festa.

A vitória teve sabor ainda mais especial diante dos desafios da semana: o piloto passou mal na manhã da corrida e sua equipe só chegou ao México um dia depois das demais. Durante as voltas finais, o neozelandês precisou pedir ao chefe de equipe que parasse de pedir para ele “diminuir o ritmo”.

Outro destaque foi Christopher Bell, que terminou em segundo após largar da 31ª posição. Chase Elliott chegou em terceiro, seguido por Alex Bowman e Michael McDowell.

Fecharam o top 10: John Hunter Nemechek, Chase Briscoe, Cole Custer, o líder do campeonato William Byron e Chris Buescher.

A corrida ainda teve um momento tenso após a bandeirada: Ricky Stenhouse Jr. confrontou Carson Hocevar nos boxes por um incidente ocorrido duas semanas antes, em Nashville. Stenhouse, que terminou em 27º, prometeu “acertar as contas em breve”.

Já o líder do campeonato Kyle Larson teve um dia desastroso. Envolvido em um acidente com oito carros logo na sétima volta, terminou em 36º, 38 voltas atrás. Agora, está 67 pontos atrás de seu companheiro William Byron, com apenas 10 corridas restantes antes da definição dos 16 classificados para os playoffs.

Imagem: Nascar/Getty Images